terça-feira, 11 de maio de 2010

História da Liga das Nações



Liga das Nações

Primeira organização a lutar pela paz internacional

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países vencedores se reuniram em Versailles, nos subúrbios de Paris, França, em janeiro de 1919, para firmar um tratado de paz, que ficou conhecido pelo nome do local da capital francesa onde foi assinado.
Um dos pontos do Tratado de Versailles era a criação de um organismo internacional que tivesse como finalidade assegurar a paz num mundo traumatizado pelas dimensões do conflito que se encerrara.
Em 15 de novembro de 1920 teve lugar em Genebra, na Suíça, a Primeira Assembléia Geral da Liga das Nações. Os objetivos da organização eram impedir as guerras e assegurar a paz, a partir de ações diplomáticas, de diálogos e negociações para a solução dos litígios internacionais.
Um dos principais idealizadores da Liga foi o então presidente norte-americano Woodrow Wilson, que já em 1918, havia apresentado a proposta de um acordo de paz, cujos termos pregavam, entre outros pontos, a transparência nas relações internacionais, a abolição das barreiras econômicas entre os países, a redução dos armamentos nacionais.

Tratado de Versailles

Entretanto, o projeto de Wilson foi reformulado e se transformou no Tratado de Versailles, que exigia dos países derrotados na Primeira Guerra pesadas indenizações financeiras e lhes impunha grandes restrições, de tal modo que acabou alimentando, na Alemanha - a principal derrotada no conflito -, um sentimento de humilhação nacional, que se transformou em uma das bases psicossociais do Nazismo.
A Alemanha, por sinal, assim como outros países derrotados na Primeira Guerra, tiveram sua participação inicialmente vetada na Liga das Nações. A Liga, de fato, apresentou, desde suas origens, diversos problemas que a condenavam ao fracasso. Entre outros, pode-se citar a não participação dos Estados Unidos. Embora a idéia da organização tivesse partido do presidente Wilson, o Congresso norte-americano não aprovou o ingresso do país na Liga, por temer que os EUA, então uma potência emergente, se transformassem numa espécie de polícia internacional.
Da mesma maneira, a União Soviética também não entrou na organização, uma vez que, no início da década de 1920, logo após a implantação do socialismo, a nação tinha entre seus projetos a exportação da revolução e a luta para levar o socialismo ao mundo todo. Só alguns anos mais tarde, em 1926, com as mudanças na política internacional da URSS, o país entrou na Liga das Nações, assim como a própria Alemanha.

Êxitos e fracassos

A Liga das Nações obteve alguns êxitos no âmbito de suas lutas sociais pela melhoria das condições de trabalho e pelo apoio econômico dos países ricos aos países pobres. Da mesma maneira, foi no interior da Liga que se fundou a Corte Permanente de Justiça Internacional, com sede em Haia, nos Países Baixos, que se transformou na atual Corte Internacional de Justiça, o principal órgão de justiça da Organização das Nações Unidas, ONU. A Corte está encarregada de decidir, de acordo com o direito internacional, as controvérsias de ordem jurídica entre os países do mundo.
Na verdade, a própria ONU é a sucessora da Liga das Nações, que fracassou em seu objetivo maior de manter a paz. A corrida armamentista que teve início na Alemanha e no Japão na década de 1930 era a evidência de que as nações não se submetiam aos ideais da organização e, ao mesmo tempo, um prenúncio da Segunda Guerra Mundial, que eclodiu em setembro de 1939.
Em 18 de abril de 1946 aconteceu a reunião que marcou o fim da Liga das Nações. Tratava-se, porém, de mera formalidade, pois o organismo já não funcionava na prática. Além disso, a ONU já dera início às suas atividades em 24 de outubro de 1945.


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